Ao longo do mês de março, comandei algumas compras na bolsa, de olho nas oportunidades, que vou compartilhar agora. É a inauguração de uma nova direção do blog, do tipo “skin in the game“.
Ressalta-se, desde já, que não se trata de indicação de compras, mas somente um mero relato de investimentos.
Coronavírus e oportunidades
O Ibovespa caiu vertiginosamente neste ano, sem dúvida, diante do avanço da transmissão comunitária do coronavírus no Brasil. O índice seguiu a tendência dos mercados exteriores, afetados também pela pandemia, cujas negociações chegaram a ser interrompidas, por diversas vezes, em razão da enorme queda.
Para ter uma ideia do impacto da pandemia nos mercados, a China notificou os primeiros casos do novo coronavírus em em 31/12/2019. No dia útil posterior, em 02/01/2020, o Ibovespa fechou o primeiro pregão do ano no topo histórico, até o momento, com 118.573 pontos.
De lá até 23/03, o principal índice de ações da bolsa caiu 55.003 pontos, aliás, o equivalente a 46,4%. Nessa data, o Ibovespa marcou então 63.570 pontos.
As sucessivas quedas foram interrompidas apenas no pregão do dia 24/03. Os veículos de informação têm noticiado o otimismo global com a contenção da doença, o que animou as bolsas. A propósito, a data de hoje foi marcada por completar um mês desde o primeiro caso confirmado no Brasil de Covid-19. E, atualmente, em 26/03, o Ibovespa já acumulou a terceira alta diária consecutiva.
Se, por um lado, não há dúvida de que a pandemia é catastrófica e lamentável, por outro lado, o pânico causado criou muitas oportunidades de compras.
Não concordo que a doença e os seus efeitos sejam desprezíveis, ao contrário, não são de fato. Entretanto, as expectativas criadas pelo mercado foram demasiadamente pessimistas, e não deverão se concretizar.
Toda estratégia de investimento é uma aposta contra o mercado. Assim, fui às compras, embora o momento ainda se mantém sob grande tensão.
Compras do mês
Entre 09/03 a 24/03, coloquei na carteira os seguintes ativos, conforme a cotação atual, de 26/03:
Ativo | Data | Preço/compra | Preço/atual | Var. (%) |
CIEL3 | 24/03 | R$ 4,17 | R$ 5,00 | +19,90 |
CIEL3 | 20/03 | R$ 4,56 | R$ 5,00 | +9,65 |
CIEL3 | 19/03 | R$ 4,76 | R$ 5,00 | +5,04 |
MCCI11 | 19/03 | R$ 62,00 | R$ 88,00 | +41,94 |
VRTA11 | 18/03 | R$ 99,01 | R$ 105,90 | +6,96 |
HGLG11 | 16/03 | R$ 145,20 | R$ 158,89 | +9,43 |
ITUB4 | 12/03 | R$ 22,90 | R$ 24,25 | +5,90 |
ITUB4 | 11/03 | R$ 27,86 | R$ 24,25 | -12,96 |
HGLG11 | 09/03 | R$ 168,60 | R$ 158,89 | -5,76 |
Para garantir a privacidade, ocultei a quantidade das compras das ações e dos fundos de investimento imobiliário.
Não comprei ações de empresas aéreas e de turismo, as mais castigadas pelas quedas, e que acumularam, por consequência, nos últimos dias, as maiores altas. Contudo, acompanhei papéis bem descontados também, e que fazem parte da minha própria estratégia.
Enfim, observa-se que obtive, no total, um lucro que considero satisfatório, apesar do prejuízo das primeiras compras. Mais do que isso, comprei ativos por preços atrativos, e não penso de toda forma em vendê-los, por ora.