Os super-heróis mais populares dos quadrinhos investiriam em quais ações da Bovespa?

Super-heróis poderiam investir em ações se fossem reais?

Super-heróis

Investir em ações não é somente uma escolha baseada nos números de cada companhia.

Além de analisar os resultados, investidores buscam adquirir ações de empresas em que acreditam, sobretudo se querem ser sócios.

Para ilustrar esse componente subjetivo dos investimentos, nada melhor, e apropriado para o pós-carnaval, do que criar uma carteira de ações hipotética para cada um dos mais populares super-heróis.

Ressalte-se que não se trata, de modo algum, de indicação de compra ou venda de ações.

Por que os super-heróis comprariam ações nas histórias em quadrinhos?

Super-heróis não apenas possuem ações, são conhecidos ainda pelas empresas de que são sócios. Provavelmente, Tony Stark não seria o Homem de Ferro se não fosse CEO, e proprietário, das Indústrias Stark. Tampouco Bruce Wayne seria o Batman, sem o arsenal high-tech da Wayne Enterprises, da qual é proprietário.

Aliás, a maior parte dos super-heróis são americanos, ou vivem nos Estados Unidos, como o Capitão América. Conforme dados de 2012 do Banco Mundial, 200 milhões de americanos investem em ações, o equivalente a 65% da população. Já se sabe que essa estatística é igualmente válida na ficção.

Além do Homem de Ferro e do Batman, o Arqueiro Verde é outro super-herói acionista, dono das Indústrias Queen. O sítio britânico de finanças Buddy Loan chegou a fazer uma análise comparativa das fortunas dos personagens mais famosos da Marvel e da DC Comics.

O fato de que super-heróis são acionistas e, não raro, bilionários, não é nenhuma coincidência. Pelo contrário, o mercado de ações e as revistas em quadrinhos são dois ícones da cultura americana.

Porém há também super-heróis que estão – bem – distantes da lista fictícia da Forbes. É o caso do Super-Homem, que, não obstante os seus superpoderes, trabalha como jornalista do Planeta Diário. Alguém como o Super-Homem dificilmente aplicaria o seu dinheiro em poupança, o investimento mais simples, com o discernimento que possui.

Batman

O Batman, alter ego de Bruce Wayne, é um super-herói que surgiu na década de 1930.

Batman

O “homem-morcego” não possui superpoderes, mas conta com uma variedade de gadgets para combater o crime. Nas “horas vagas”, quando não está combatendo o crime, Bruce Wayne frequenta festas e eventos de caridade. É o típico investidor que utiliza a estratégia buy and hold, e que não se preocupa com o trabalho de administrar a empresa, tal qual os sócios minoritários. Afinal, quem comanda a Wayne Enterprises, a empresa de sua família, é Lucius Fox.

A Wayne Enterprises é uma holding que gera dividendos, para a manutenção de seu estilo de vida, e fornece vários produtos e serviços para o próprio Bruce Wayne. Entre os produtos e serviços da empresa do bilionário, destacam-se os projetos militares, sem dúvida. Há muitos outros, todavia, como o sistema de saúde de Gotham, os aviões corporativos a jato, combustíveis fósseis e, até mesmo, alimentação.

Assim, a carteira de Bruce Wayne seria composta por holdings, companhias como a Wayne Enterprises, que detêm a posse majoritária de ações de outras empresas: Itaúsa (ITSA), Battistella (BTTL), Ultrapar (UGPA), J B Duarte (JBDU), Aliança da Bahia (PEAB) e Bradespar (BRAP).

Mulher-Maravilha

A super-heroína é uma das primeiras mulheres do universo de super-heróis. Surgiu na década de 1940, em uma época ainda marcada pela ausência de igualdade formal entre os gêneros. Por isso, é indissociável da justiça e da liderança.

É uma personagem tão simbólica, que, na vida real mesmo, se tornou embaixadora da ONU, embora por pouco tempo.

Embaixadora da ONU para o empoderamento de mulheres e meninas
Foto: ONU/Kim Haughton

Imbuída de uma história feminina tão importante, não seria nada espantoso que a Mulher-Maravilha investisse em ações, um ambiente predominante masculino, a fim de mostrar que a mulher também é capaz de investir em ações.

Não há dúvida de que a princesa amazona escolheria empresas como a Magazine Luiza (MGLU), comandada por uma grande empreendedora, Luiza Helena Trajano, que compete hoje lado a lado com outras gigantes do setor de varejo, como Casas Bahia e Ponto Frio.

Homem-Aranha

O Homem-Aranha, a princípio, não tem a menor “pinta” de que investe em ações. É, em certo ponto do enredo, um estudante adolescente que, no momento em que os seus superpoderes afloram, começa a trabalhar como fotógrafo freelancer e inventor.

Homem-Aranha

Apesar disso, engana-se quem pensa que Peter Parker é pobre. Depois que os seus pais morreram, de maneira precoce, Peter Parker possivelmente herdou deles um grande patrimônio, porquanto os dois eram agentes secretos do governo americano. Não é possível que não guardaram nada para o filho, mesmo com profissões tão perigosas (ou deixaram um seguro de vida).

Não obstante a herança, um dos super-heróis mais queridos, justamente por levar uma vida humilde, é mais real do que pode parecer, e ilustra uma outra história, tão interessante quanto a do Homem-Aranha: O Milionário Mora ao Lado (1996), de Thomas J. Stanley e William D. Danko.

Peter Parker é, dessa forma, o típico “milionário-que-mora-ao-lado”, pois ser um milionário reflete, de acordo com o livro, o quanto você ou seus pais pouparam, e não necessariamente o quanto ganha. O “Cabeça de Teia” é frugal – ele próprio fez o seu traje, e o conserta! – além de inventar, no dia a dia, soluções caseiras como a engenhoca web-shooters, em vez de simplesmente comprar algo no shopping ou na internet.

O Homem-Aranha não possui carro e não tem produtos de marca. Os hobbies dele geram renda, e não gastos.

Portanto, é possível que Parker investiria em empresas que pagam bons dividendos. A estratégia maximiza o recebimento de renda não tributada, como os milionários costumam fazer. Na carteira do Homem-Aranha, certamente, estariam empresas como a Comgas (CGAS), Sanepar (SAPR), Taesa (TAEE), Fleury (FLRY) e Cemig (CMIG). Essas companhias são as que mais pagaram dividendos em 2016.

Senhor Fantástico

O líder do Quarteto Fantástico é um renomado cientista, o Doutor Reed Richards. O Senhor Fantástico, alter ego do Dr. Richards, conquistou o seu doutorado em física e engenharia com apenas 22 anos.

Entre os superpoderes adquiridos mediante a radiação cósmica se destacam a resiliência e a elasticidade do super-herói. Essas duas características são uma espécie de “superpoderes” também para algumas companhias que negociam ações na Bolsa. Contudo nem sempre é possível reunir as duas características em uma empresa só.

Se replicar, então, a procura por ações da Bovespa que são resilientes, que não sofrem tanto com a crise, o Senhor Fantástico investiria, por exemplo, em Grupo CCR (CCRO), Telefônica Brasil (VIVT), Ambev (ABEV) e BB Seguridade (BBSE), que fornecem serviços ou produtos cuja demanda não é tão afetada pelas crises econômicas.

Completando a carteira do Senhor Fantástico, o cientista incluiria, quem sabe, ações com potencial crescimento, ou “elasticidade”. Para tanto, o Senhor Fantástico escolheria algumas apostas, ou seja, ações com baixo preço sobre valor patrimonial.

Super-Homem

O Super-Homem é, entre os super-heróis, o mais popular. A propósito, é o super-herói por excelência, em razão dos superpoderes que tem, inigualáveis em seu universo.

Só o “Homem de Aço” nasceu como um super-herói. Tanto é que, ao invés de ter um alter ego para lutar por um mundo mais justo, como todos os outros super-heróis, ele usa um alter ego para viver entre os seres humanos.

Super-Homem

Assim como o Homem-Aranha, o Super-Homem trabalha no setor de comunicação, e são frugais. Entretanto, ainda que os dois sejam frugais, os perfis de investimento são bastante distintos.

Por causa dos superpoderes, que lhe garantem uma visão e audição ilimitadas, o Super-Homem poderia atuar como um insider-trader, mesmo fora da empresa! Mas isso com certeza é injusto (e ilegal), e impensável como uma conduta do super-herói.

O que o Super-Homem então faria? A partir da capacidade que possui para ler e adquirir conhecimento, Clark Kent poderia, sem utilizar meios ilícitos, estudar os fundamentos de todas as empresas da Bovespa, bem como todos os dados econômicos publicados e, minutos depois, selecionar aquela com a maior perspectiva de crescimento, com o apoio de quaisquer variáveis.

A aposta do Super-Homem seria nesse caso absolutamente infalível. Logo, os investimentos de Clark Kent não necessitariam de diversificação – ao contrário dos outros investidores – ou qualquer outra forma para diluir os riscos.

Em 2016, por exemplo, o Super-Homem teria investido na mesma ação que a Mulher-Maravilha investiria, Magazine Luiza (MGLU), que obteve quase 500% de crescimento.

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