Para fazer o dinheiro “trabalhar” realmente em 2018, foi preciso que a rentabilidade dos investimentos tenha superado 7,54%.
Mas era possível ir além, e superar ainda um dos campeões em rentabilidade. Como foi o seu resultado em 2018?
Classificação da rentabilidade em 2018
Acompanhe abaixo a classificação que preparei com algumas referências atualizadas, ou benchmarks, e entenda porque é importante se atentar a esses parâmetros:
Resultado da rentabilidade em 2018 | Classificação |
até +6,16% | PÉSSIMO – rentabilidade abaixo ou equivalente à poupança antiga |
acima de +6,16% e até +6,40% | RUIM – superou somente a rentabilidade de um dos piores investimentos, a poupança |
acima de +6,40% e até +7,54% | REGULAR – não obteve ganhos reais, mas poderá obtê-los no médio e longo prazo |
acima de +7,54% e até +15,03% | BOM – ganhos reais, mesmo no curto prazo |
acima de +15,03% | EXCELENTE – a rentabilidade superou os principais benchmarks, até mesmo o Ibovespa |
Inflação e poupança
O IGP-M e o IPC-A são dois dos principais índices que medem a inflação no Brasil.
O IGP-M, medido pela FGV, fechou 2018 com um aumento de 7,54%, depois de retroceder no último bimestre. E o IPC-A em 2018, do IBGE, ainda não divulgado, está projetado em cerca de +3,69%.
O IPC-A é o índice de inflação oficial do Governo, porém os critérios do IGP-M parecem refletir melhor a inflação. Não é por acaso que o IGP-M é notoriamente o índice mais utilizado para correção de contratos, especialmente de locação.
O investidor que alcançou a inflação, ou seja, que obteve uma rentabilidade anual positiva de 7,54%, apenas preservou o valor do dinheiro investido, não obteve realmente ganhos. Se inferior a +7,54%, mesmo positiva a rentabilidade, perdeu então parte do patrimônio que investiu.
Diferentemente, aquele que superou a rentabilidade de +7,54%, fez de fato o dinheiro “trabalhar”, vale dizer, obteve ganhos reais.
Perder dinheiro é para poupadores. A poupança antiga rendeu em 2018 +6,16%, enquanto a poupança nova, somente +4,68%.
CDI e Ibovespa
A maior parte dos cursos e livros financeiros, importados ou não, refletem a realidade de países com mercados desenvolvidos, relativamente mais estáveis, e onde aplicações com maior risco apresentaram, ao longo do tempo, rentabilidade relativamente maior do que as aplicações com menor risco. Não foi o que aconteceu no Brasil, todavia, nas últimas décadas.
Mercados econômicos mais desenvolvidos são mais racionais, mercados menos desenvolvidos são menos racionais. A proporção entre desenvolvimento e racionalidade é diretamente proporcional.
No Brasil, desde o início do Plano Real, em 1994, o CDI, um parâmetro para remuneração da renda fixa, que possui menor risco, cresceu mais do que o dobro do Ibovespa, o principal índice brasileiro de ações.
Para alcançar o CDI, o Ibovespa deveria ter fechado o ano de 2018 com 192.135 pontos. No entanto, fechou o último pregão do ano passado com “apenas” 87.887.
Por isso, no exterior, o mercado brasileiro é tratado como junk, ou seja, em tradução literal, “lixo”, que se refere aos mercados especulativos, sem grau de investimento.
Mas essa realidade pode estar em transformação. Em 2018, o Ibovespa cresceu 15,03%, acumulando altas expressivas desde 2016. Não apresentou a maior rentabilidade entre os índices econômicos em 2018, porque perdeu para o Dólar, +16,92%, e para o Ouro, +16,93%. Ainda assim, o Ibovespa superou os investimentos em renda fixa e com ganhos reais em 2018.