Em 04 de julho de 1994, o Ibovespa fechou o pregão já com a circulação da “nova” moeda, o Real. Curiosamente, o principal índice de ações da B3 caiu de 3.623, cotação do dia 30 de junho, para 3.580 pontos.
Passadas mais de duas décadas do lançamento do Real, a moeda definitivamente trouxe mais estabilidade ao país. O Plano Real pôs fim sobretudo à hiperinflação, mas, também, aumentou o poder de compra e modernizou a economia nacional.
E, não obstante as renovações consecutivas da pontuação máxima do Ibovespa nos quatro primeiros pregões de 2018, o desempenho histórico, desde o lançamento do Real, do índice de ações, que reúne os papéis mais negociados da Bolsa, é ainda muito inferior ao da taxa do Certificado de Depósito Interbancário – CDI, que serve de parâmetro para grande parte dos investimentos em renda fixa, como o Tesouro Direto e o Certificado de Depósito Bancário – CDB.
Ontem, 21, o principal índice de ações da BM&FBOVESPA, o Índice Bovespa – Ibovespa, superou os 69 mil pontos. Desde 2 de abril de 2011, o índice permanecia abaixo dessa marca.
Um dia tipicamente “sangrento” na Bolsa
Nos últimos 365 dias, o Ibovespa acumula um aumento de 59,71%, e não demonstrou ainda sintomas de arrefecimento. Somente em 2017, o índice já cresceu 14,65%.
Apesar do franco entusiasmo do mercado acionário, que aposta na perspectiva positiva do País, a reação econômica ainda não veio. E, muito provavelmente, também não poderá vir ao longo de 2017.
Portanto, a crise ainda persiste, indiferente à escalada do Ibovespa. Contudo, há, sim, divergência quanto ao início do restabelecimento econômico. Em entrevista publicada nesta semana, o professor João Sicsú afirmou que não há nenhum sinal de recuperação da economia. Diferentemente do professor, na mesma semana, o presidente do Banco Santander concluiu que o Brasil voltou a crescer.
Fato é que, independentemente de quem esteja certo, caso a expectativa de recuperação econômica não se concretize, ou na iminência de outro acontecimento relevante despontar, é natural que o rally do índice termine. Se o Ibovespa cair, o que planeja fazer? E, inversamente, se subir?
A Serasa Experian informou que em 2016 o número de pedidos de recuperação judicial foi o maior desde 2006. A recuperação judicial adveio da Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, a Lei de Recuperação de Empresas – LRE, como um instrumento para viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do empresário ou da sociedade empresária.